Sem nenhuma proposta de negociação, os rodoviários continuam greve na Grande São Luís. Nesta sexta-feira (29) completam nove dias de paralisação do sistema de transporte público na Região Metropolitana da capital.
A categoria, que iniciou o movimento grevista na última quinta-feira (21) com 100% da frota de ônibus sem circular na Grande São Luís, reivindica um reajuste salarial de 13%, uma jornada de trabalho de seis horas, tíquete de alimentação no valor de R$ 800, manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente e a concessão do auxílio-creche, para trabalhadores com filhos pequenos.
De acordo com uma nota divulgada na quarta-feira (27) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (Sttrema), "até o momento, não houve qualquer sinalização de um encontro" para decidir o rumo sobre a greve dos rodoviários.
A nota do Sttrema diz ainda que "sem avanços, os ônibus permanecem dentro das garagens e os rodoviários aguardando por uma decisão".
Leia a íntegra da nota
Sobre a nota do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão, a Prefeitura de São Luís disse ao Portal G1, do Grupo Globo, que a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) apresentou uma proposta da criação de um auxílio emergencial (Cartão Cidadão) que vai garantir gratuidade de passagens para trabalhadores que perderam o emprego na pandemia e, com isso, fomentar o sistema de transporte público nesse momento de crise. A SMTT espera que tal medida auxilie no entendimento entre empresários e rodoviários.
A reportagem também entrou em contato com o governo do Estado e aguarda um posicionamento sobre as alternativas que estão sendo discutidas para viabilizar transporte para a população que depende de linhas de bairros que fazem o tráfego na Região Metropolitana de São Luís. Na terça-feira (26), o secretário de governo de São Luís, Enéas Fernandes, falou sobre a reunião de segunda (25) e disse que a prefeitura está fazendo a parte de mediação. "Se trata de uma relação de empresários e rodoviários. A Prefeitura participou de uma reunião pessoalmente para tentar auxiliar as categorias no sentido de que fossem feitas algumas propostas, que não foram aceitas. A Prefeitura anteciparia receitas para o sindicato, para que fossem pagos os salários e benefícios atrasados da categoria, e isso já estaria na conta amanhã", disse.
A categoria, que iniciou o movimento grevista na última quinta-feira (21) com 100% da frota de ônibus sem circular na Região Metropolitana da capital, reivindica um reajuste salarial de 13%, uma jornada de trabalho de seis horas, tíquete de alimentação no valor de R$ 800, manutenção do plano de saúde e a inclusão de um dependente e a concessão do auxílio-creche, para trabalhadores com filhos pequenos.
Por conta da paralisação, alguns grupos já começaram a sentir os reflexos. Como é o caso das entidades empresariais que nessa terça-feira manifestaram 'profunda preocupação' com a manutenção da greve dos rodoviários.
Por meio de uma nota, as entidades que representam o comércio dizem que a paralização do transporte público afeta a população na realização dos afazeres básicos do dia a dia, e traz prejuízos ao Poder Público com a redução da arrecadação de tributos. Há ainda a preocupação com a economia e a retomada dos empregos em um momento considerado crucial.
Leia a íntegra da nota
"As entidades empresariais – Associação Comercial do Maranhão (ACM), Associação Maranhense de Supermercados (Amasp), Câmara de Dirigentes Lojistas de São Luís (CDL) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA) – que representam o setor comercial, manifestam profunda preocupação com a manutenção da greve do transporte público de São Luís pelo 6º (sexto) dia consecutivo. Em um momento em que o comércio ludovicense inicia a recuperação das vendas, após amargar meses de prejuízos decorrentes da Pandemia, a paralisação dos ônibus coletivos impõe mais uma queda no faturamento das empresas e riscos à retomada dos empregos às vésperas do período natalino. A situação afeta, ainda, toda a população que necessita do transporte para ir à escola, ao médico, ao posto de vacinação contra a COVID-19 ou qualquer outra tarefa do dia a dia, além de trazer prejuízos ao Poder Público com a redução da arrecadação de tributos oriundos das transações comerciais. Considerando o atual cenário socioeconômico, é imprescindível que empresários, trabalhadores e o poder público estejam alinhados na direção da reativação das atividades econômicas, com foco na geração de empregos e no retorno da renda das famílias. Assim, as entidades empresariais – ACM, AMASP, CDL e FECOMÉRCIO – reivindicam a resolução da crise do transporte público ludovicense de modo responsável e urgente, sem onerar a população com aumentos nas tarifas das passagens. As entidades pleiteiam a adoção do bom senso de todos os envolvidos – empresas do setor de transporte, sindicato dos trabalhadores rodoviários e Prefeitura – com vistas à garantia do direito constitucional de ir e vir dos cidadãos".
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