Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar para quem discorda do capitão Jair Bolsonaro com sua eleição para Presidência da República, mas nós ainda estamos aqui e sem nenhuma disposição para deixar a luta em defesa do que acreditamos, apesar das incertezas que nos cercam.
É incerto o futuro de um país cujo presidente eleito faz três pronunciamentos na noite da vitória com três mensagens diferentes. Ora, de improviso, mantendo o tom de confronto com os derrotados, ora, lendo, falando em compromisso com a Constituição e a democracia.
Não é provável que haja ditadura no Brasil no próximo período. Claro que pelo desejo do presidente eleito sua posse já seria com um Congresso fechado, imprensa controlada e adversários cassados, mas nada disso é necessário para implementar o projeto de poder vencedor. Você sabe de quem é o projeto vencedor e ele não é de Bolsonaro, um ex-militar medíocre que mistura traços de Jânio Quadros com Fernando Collor.
Diferentemente dos outros dois, ele não deve cair na ilusão de ter sido eleito porque é um líder de massas. Depois de mostrar viabilidade ele foi abraçado por quem detém o poder real no país, a elite financeira que sempre se readapta ao ocupante do Palácio do Planalto.
É a agenda deles que ele terá que implementar e pelas declarações do vice-presidente eleito e do futuro ministro da Economia, colocando a reforma da Previdência como primeira prioridade do novo governo, parece que eles sabem a missão dos próximos quatro anos.
Enquanto Isso
A missão do lado de cá é se reinventar. O mundo não acabou, mas não será como antes. O Congresso e os governos estaduais estão partidariamente pulverizados porque os partidos não importam mais. Aliás, tudo que pareça formal, tradicional, moldado (como este texto) parece inútil frente ao meme que traga a mentira mais recente e de acordo com os preconceitos do interlocutor.
Quem quiser enfrentar Bolsonaro terá que colocar a política analógica em segundo plano. O mundo é cada vez mais virtual e quem não entender isso está fadado ao fracasso. Nenhum método ou conteúdo deve ficar de pé sem ser questionado. Precisamos deixar de lado nossas certezas e reconhecermos que nós sequer entendemos a frustação que está no coração do povo e que ele tenta expressar desde as jornadas de junho de 2013.
Saiba que você precisa falar menos e ouvir mais (o povo) se você falou ou mesmo pensou alguma das seguintes frases: “O Alckmin vai crescer quando começar o programa eleitoral”, “O despreparo dele vai ficar evidente e o eleitor vai escolher outra maneira de demonstrar sua indignação”, “O PT acabou”, “O Lula elege qualquer um lá de dentro da cadeia”. E eu confesso que a segunda frase era a maior certeza que eu tinha.
Mas nem tudo são espinhos. O capitão ficou muito longe dos pretendidos 60% de votos que marcaram as eleições de Lula. Até em números absolutos, 12 anos depois, ele não superou a marca de 58 milhões de votos da reeleição. Aliás, ele não teve nem 50% dos votos totais no segundo turno. O povo não lhe deu um cheque em branco e sua eleição é muito mais fruto do antipetismo do que da concordância do eleitor com o que ele pensa.
Ao cumprir a tarefa de aprofundar a agenda econômica de Temer num país com as características do Brasil, o governo Bolsonaro está fadado ao fracasso e mais do que dizer “eu avisei” (e nós diremos!) será necessário apontar novos caminhos.
A história não tem um fim, não há episódio final, não há vitória ou derrota definitiva na política e a primeira tarefa de quem defende um país justo e democrático é aprender com próprios erros para poder reencantar o povo, manter a fé no brasileiro e fazer o país voltar a acreditar num futuro melhor para todos.
Eduardo Braga, é Jornalista, ex-vereador de Chapadinha e também ex-secretario de comunicação do município.
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