“Penso, logo me calo: ansiedade, depressão e conflitos emocionais na vida acadêmica”, esse foi o tema da roda de conversa com a psicóloga Evelyn Lindholm, na manhã desta segunda-feira, 25, no Auditório Setorial do Centro de Ciências Humanas – CCH da UFMA. O evento contou com a participação de alunos, professores e funcionários da Universidade.
A professora Patrícia Menegon, do departamento de Letras - Libras, explicou que o diálogo surgiu da percepção dos docentes no que diz respeito ao perfil dos alunos na questão do rendimento acadêmico. “Percebemos que os conflitos vividos por nossos alunos não é o caso de um ou dois isoladamente, mas, sim, algo constante no nosso cotidiano. Nós somos indoutos para diagnosticar, mas percebemos estudantes inseguros, angustiados e até mesmo com histórico e comportamento deprimido, o que acaba refletindo no rendimento em sala de aula. Então, em função disso, e em comunhão com os demais docentes, achamos uma boa ideia chamar a doutora Evelyn Lindholm para conversar com eles”, disse.
O convite foi estendido também para docentes e funcionários e contou com uma plateia bastante participativa na troca de experiências, compartilhamento de depoimentos, perguntas e respostas. “É uma iniciativa bastante válida, uma vez que pensamos em toda a comunidade universitária, não só no que tange aos cursos de Psicologia ou de Letras, mas em todos que passam por essa barra de ter que enfrentar várias matérias, assuntos e relacionamentos sociais, e o melhor de tudo: de forma gratuita”, elogiou a aluna Julia Lobato. O estudante Lucas Rosa endossou o que a colega falou. “É importante para pensarmos de outras formas e estender horizontes, além da psicologia, ajudar a desconstruir esse medo da vida acadêmica. São várias pressões que temos que enfrentar diariamente e poder falar a respeito ajuda muito”, completou.
Formada em Psicologia e Filosofia pela Universidade Federal do Maranhão, Evelyn Lindholm tratou do tema com excelência, profissionalismo, mas também leveza e descontração. Sobre os conflitos emocionais do universo estudantil, ela disse ser mais comum do que se tem notícia, e que os próprios alunos vieram buscar a ajuda dos professores para mudar esse quadro.
“Alunos com ansiedade, depressão, síndrome do pânico e sensação de desamparo, certamente, vão ter sua trajetória acadêmica prejudicada, por isso é tão importante tratar das causas, não somente dos sintomas. Isso incentivou a UFMA a criar essa possibilidade de acesso à informação, o que é muito válido, já que a palestra não é voltada somente para os estudantes, mas para professores e todo o quadro funcional, pois a docência em si também é estressante e causa ansiedade”, afirmou Evelyn.
Sobre exemplos reais, a psicóloga chegou a falar que atende a muitos jovens do ensino médio em seu consultório pelo conflito emocional de ter que escolher um curso que vai direcionar sua carreira profissional, na maioria das vezes, por toda a vida, e que, ao chegar à faculdade, esses temores, por vezes, se potencializam.
“O estudante, ao entrar na universidade, percebe a necessidade de uma releitura de vida. Há uma cobrança tanto do grupo familiar quanto individual, a necessidade de se adequar a novos conceitos, à identificação com o curso, à interação com pessoas de múltiplas personalidades, idades e interesses. A universidade nos deixa um pouco mais soltos, e nem todos estão acostumados com isso, muitos ainda trazem na essência aquela vivência do repertório escolar, e isso pode dificultar a interação desse aluno com o universo acadêmico no qual está inserido. Para isso, o diálogo com profissionais da psicologia, a interação com os professores e o apoio da Universidade é primordial no acolhimento dessas pessoas”, finalizou Lindholm.
A professora Aldenora Carvalho, do departamento de Letras, disse estar muito feliz com a grande procura, tanto que o evento, que, inicialmente, seria no Auditório Ribamar Caldeira, precisou ser remanejado para um espaço maior para comportar os participantes. A docente agradeceu a presença de todos e avisou que terá novos encontros para dar continuidade ao projeto. “O tempo é pouco, e nossas angústias são para além do que possamos perceber. A gente não tem ideia do que os alunos têm passado, estamos todos carentes dessa pauta, por isso vamos dar continuidade a essa interação em novos encontros”, declarou.
O evento contou com vários estudantes com deficiência e com a intepréprete da Linguagem de Sinais (Libras), viabilizando o maior acesso a todos de forma justa e igualitária.
Evelyn Lindholm é Psicoterapeuta Clínica e analista forense, com Habilitação em Hpnoterapia, especializada em atendimento individual, por meio de Terapia Cognitiva Comportamental e Terapia de Esquema ou Sistêmica para grupos familiares e casais.
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