Do UOL
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot disse que chegou a ir armado para uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de matar o ministro Gilmar Mendes. A declaração foi feita em entrevista concedida ao jornal "O Estado de S. Paulo", e publicada na versão eletrônica na noite de hoje.
"Não ia ser ameaça, não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele [Gilmar Mendes] e depois me suicidar", afirmou Janot.
Janot explicou que o caso ocorreu em maio de 2017, quando ele —na época, chefe do Ministério Público Federal— apresentou uma suspeição contra o ministro do STF para analisar um habeas corpus de Eike Batista.
Segundo Janot, Gilmar teria espalhado a história de que a filha dele seria "credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava-Jato". "Isso me tirou do sério", relembra.
"Foi logo depois que eu apresentei a sessão (...) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal de uma empresa da Lava-Jato. Minha filha nunca advogou na área pena... e aí eu saí do sério", afirmou o ex-procurador-geral.
Ao jornal, Janot contou ainda que foi armado a uma sessão do STF e que, na ocasião, encontrou Gilmar Mendes nos corredores. "Ele estava sozinho, mas foi a mão de Deus. Foi a mão de Deus", repetiu. "Cheguei a entrar no Supremo [com a intenção de matá-lo]. Ele estava na sala, na entrada de sessão. Eu olhei, e aí uma 'mão' mesmo", completou.
Procurado por Estadão, Gilmar Mendes não quis se pronunciar sobre as declarações de Rodrigo Janot.